19.2.07

Comoção com a morte de João Hélio

No dia 10 de fevereiro de 2007 o trabalho do Jardim Escola Tia Leila saiu estampado na primeira página do Jornal do Brasil. Motivo: Os alunos, comovidos com a morte do menino João Hélio, escreveram cartas para consolar sua mãe. Segue abaixo a matéria publicada:

Iraque ou inferno: sugestões infantis

Marcelle Justo e Renato Grandelle

A crueldade dos bandidos que mataram João Hélio abalou também a rotina de crianças, que não têm idéia do que significa tráfico, fuzil e, muito menos, segurança pública. No Jardim Escola Tia Leila, em Quintino, a tragédia virou o único assunto das turmas. Na dinâmica diária, criada pela equipe de pedagogia da instituição para debater notícias de jornal, os alunos só tinham uma idéia: consolar a família do garoto.
- Com a opinião deles, as professoras escrevem textos. Hoje (ontem), os alunos optaram por este tema. Eles se identificaram com o fato, por estarem próximos do local do assalto. Alguns moram naquela rua. Todas as outras reportagens perderam o sentido - explicou a coordenadora, Fabiana Esteves.
Além dos textos, a equipe de professores sugeriu que os alunos opinassem sobre penas para os culpados. Por sugestão de crianças de até 10 anos, quatro destinos foram traçados para os acusados: ir para o Iraque, passear no inferno com um carro roubado, sofrer como João e ficar na prisão por toda a vida. Segundo a coordenadora, alguns sugeriram até a pena de morte.
Entre as cartas, os meninos relataram com detalhes a violência sofrida por João Hélio e, principalmente, tentavam mandar mensagens positivas para Rosa Cristina, mãe da vítima. No debate, eles lembraram que ela deveria ser forte para criar Aline, 13 anos, irmã do menino.
Para outros, as palavras não foram suficientes. Eles prepararam desenhos para presentear Rosa. Em um deles, João aparece de bicicleta - uma das atividades prediletas do garoto.

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